Saiba tudo sobre o Tênis de Mesa Paralímpico

Nesse artigo vamos cobrir todos os aspectos dessa modalidade tão popular dentre os atletas que possuem algum tipo de deficiência.

O tênis de mesa paraolímpico é um dos esportes mais antigos a ser praticado numa edição das Paraolimpíadas . Esse esporte foi oficialmente e mundialmente reconhecido em 1960, quando foi integrado nos primeiros Jogos Paraolímpicos de Roma na Itália.

Nessa edição o jogo poderia ser jogado por homens e mulheres e contavam com jogos individuais e também em duplas.  Porém nessa edição o jogo era apenas para cadeirantes. 

A primeira vez que houveram jogos em pé foi em 1976 em Toronto.  Já os jogadores com alguma deficiência de aprendizado participaram pela primeira vez em só 1980, na Holanda.

Leia mais sobre a história do tênis de mesa.

Regras

A modalidade pode ser praticada por deficientes intelectuais, amputados ou cadeirantes. Competições individuais ou em duplas no masculino e também no feminino.

Caso haja necessidade, a raquete pode ser presa na mão do jogador por meio de amarras. 

Os atletas são divididos em 11 categorias que consideram fatores como equilíbrio, habilidade para segurar a raquete, restrições locomotoras e força muscular.

O uso de órteses, muletas, tênis com diferença de altura de um pé para o outro e próteses são PERMITIDOS.

 Para os atletas que jogam em pé as regras são exatamente iguais as do regulamento da ITTF. O árbitro reserva o direito de poder fazer algumas exceções durante o saque dependendo da deficiência física do atleta.

Cada partida consiste em uma melhor de cinco sets, cada set vai até onze pontos. Quando um set chega ao placar de 10 a 10, os competidores continuam disputando até que um deles abra dois pontos de vantagem sobre o outro jogador.

Atleta Xialing Zhang rebatendo
A Chinesa Xiaoling Zhang, recordista em medalhas de ouro.

As regras do tênis de mesa paraolímpico para jogadores em cadeiras de roda possuem algumas diferenças se comparadas com as do tênis de mesa padrão.

Veja elas abaixo:

Saque

Aqui as regras são semelhantes ao tênis de mesa não paralímpico. 

A bola deve ser lançada para cima (16cm no mínimo), da palma da mão livre na vertical e, na descida, deve ser batida de forma que ela toque primeiro no campo do sacador, passe sobre a rede sem tocá-la e toque no campo do recebedor.

O saque deve ser dado atrás da linha de fundo ou numa extensão imaginária desta.

Se ambos os jogadores estão em cadeiras de roda, o ponto  é considerado Let (o jogo é interrompido mas não são contabilizados pontos para nenhum dos lados) sob as seguintes circunstâncias:

  • Após tocar a mesa do lado do recebedor, a bola retorna em direção a rede.
  • A bola chega a parar no campo do recebedor
  • Em jogos individuais, a bola saia da área de jogo após tocar uma das laterais

Duplas

Quando dois jogadores estão em cadeiras rodas, o jogador realiza o saque e o recebedor deve retornar a bola, porém diferentemente do tênis de mêsa em pé, as rebatidas não precisam ser alternadas.

Nenhuma parte da cadeira de roda deve ultrapassar a extensão imaginária da linha perpendicular a rede que divide cada um dos lados. Cada jogador deve permanecer em seu lado designado.

 

Posicionamento do corpo

Quando ambos estão em cadeiras de roda, o jogador ou dupla marcam um ponto se:

  •  A parte de trás da coxa do adversário não está em contato com a cadeira quando a bola toca sua raquete
  • O oponente encosta na mesa com uma das mãos antes de bater na bola
  • O pé ou o apoio do pé da cadeira de roda encosta no chão durante o ponto
  •  

Cadeiras de roda

As cadeiras de roda devem ter pelo menos 2 rodas grandes e uma pequena. Se alguma das rodas se desencaixa durante a disputa, seu adversário é creditado com um ponto.

As almofadas ou encostos são limitados a 15cm cada um, e cada atleta pode usar no máximo 2. Nenhuma parte do corpo acima dos joelhos deve estar fixada à cadeira pois poderia ajudar no equilíbrio do atleta.

atleta de tenis de mesa paralimpico

Classificações e Categorias

Essa modalidade é destinada a atletas com alguma deficiência seja ela física, intelectual ou ambas. São aceitos atletas que praticam o esporte de pé ou sentados numa cadeira de rodas, com exceção dos atletas portadores de deficiências visuais.

O tênis de mesa paraolímpico é divido em onze categorias distintas, seguindo um critério em relação ao comprometimento físico-motor do atleta. Levando em conta o cálculo do alcance de movimentos de cada jogador, suas limitações locomotoras, a força muscular que possui, a habilidade e destreza de manipular a raquete e o equilíbrio na própria cadeira de rodas.

  • Os atletas cadeirantes são divididos nas categorias: TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5.
  • Os atletas andantes são divididos nas categorias: TT6, TT7, TT8, TT9 e TT10.
  • Os atletas andantes com deficiência intelectual participam na categoria TT11.

*Quanto menor o número correspondente a categoria, mais debilitante é a deficiência do atleta.


Dependendo da limitação do atleta a raquete pode ser fixada na mão do jogador. Órteses, muletas e próteses são permitidas para facilitar a movimentação de cada atleta, assim como um calçado com uma altura maior que o outro par para contrabalançar a possível diferença de comprimento das pernas.

Tênis de Mesa Paralímpico no Brasil

Por aqui os primeiros campeonatos foram realizados pela Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE) lá na década de 70.

A seleção brasileira faz sua estréia nos Jogos Paraolímpicos em 1988 em Seul com Keike Shumomaebara, Mário Lúcio Câmara Pires e Paulo Fernandes Marinho completava o time.

Em 1996 nas Paraolimpíadas de Atlanta nos Estados Unidos, Luiz Algacir, Maria Luiza Pereira e Francisco Eugênio Braga representaram a nossa nação. O Brasil levou quatro participantes em Sydney em 2000 e esse número mais que dobrou em Pequim-2008 quando onze atletas representaram o país.

O Tênis de mesa no Brasil é administrado e gerenciado pela CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa). Essa entidade foi fundada em 2000 e possui oito federações regionais filiadas a ela: Ceará, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Rio Grande do Norte, Goiás e Distrito Federal.

A história do Brasil no tênis de mesa paraolímpico vem crescendo cada ano que passa. Com investimento das entidades e muito esforço de nossos atletas e pessoas que simpatizam com a modalidade, a tendência é evoluir cada vez mais e buscar um lugar na elite do esporte mundial.

Welder Camargo Knaf

Em Pequim-2008 Welder Camargo Knaf e Luiz Algacir conquistaram a medalha de prata na disputa de Duplas categoria C3. No Parapan em Guadalajara em 2011 o Brasil confirmou sua hegemonia no continente americano ao conquistar doze medalhas de ouro. 
Israel Stroh faturou a medalha de prata na categoria C7 e Bruna Alexandre conquistou a medalha de bronze na categoria C10, levando o Brasil a fazer a melhor campanha de sua história nas Paraolimpíadas no Rio de Janeiro 2016, com mais duas medalhas de bronze nos eventos por equipe.

 

Em 2018 Bruna Alexandre foi campeã do Aberto Paralímpico da Eslováquia, é a primeira medalha de ouro do Brasil nesse campeonato. A atleta vibrou bastante com a conquista principalmente porque em outubro na Eslovênia, acontece o Mundial Paralímpico, principal competição do ano para o Tênis de Mesa.

Jogadora mordendo medalha
Bruna Alexandre

Fonte:

https://en.wikipedia.org/wiki/Para_table_tennis

http://paralympics.codereach.co.uk/paralympicsports/table-tennis

http://www.cpb.org.br

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